Opinião

Petrobras reduz custos no transporte aéreo offshore

Em artigo, pesquisadores demonstram a aplicação de um modelagem que solucionou o problema da programação de voos em nível tático da Petrobras

Por Filipe Heringer

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Líder mundial em desenvolvimento de óleo e gás em águas ultraprofundas, a Petrobras responde por 20% do transporte aéreo global da indústria offshore. Segundo a companhia, o setor de operações aéreas acumulou 70 mil horas de voo, 16 milhões de km percorridos (equivalente a 400 voltas em torno da Terra, ou a 21 viagens de ida e volta à lua) e transportou cerca de 880 mil passageiros em 2019.

Diante de tal cenário, o presente artigo aplicou a modelagem Múltiplas Mochilas, da Pesquisa Operacional, subárea da Engenharia de Produção, para solucionar o problema da programação de voos em nível tático da Petrobras. A técnica, apresentada em dissertação para a conclusão do curso de mestrado profissional em Logística do CTC/PUC-RJ, permitiu a possibilidade de a empresa otimizar ganhos operacionais e reduzir custos no transporte offshore.

A partir da iniciativa da Petrobras de adotar a logística dos voos de helicópteros entre aeroportos situados no estado do Rio de Janeiro, elaboramos um sequenciamento lógico para oferecer uma agenda de voos que permite mudanças e ajustes mais rápidos e precisos nas janelas de voo.

Ao substituir a programação tradicional pela ferramenta computacional, as revisões tornaram-se mais ágeis e passaram a viabilizar voos através de uma distribuição inteligente dos helicópteros, o que não é possível realizar manualmente.

Outra possibilidade é a utilização deste método em dias de recuperação de voos, onde há demanda acumulada por conta de imprevistos climáticos, por exemplo. Como resultado, a otimização do planejamento de voos permitiu a Petrobras aprimorar a utilização de suas aeronaves contratadas.

Com a implantação do método, dois recordes foram quebrados simultaneamente: o menor custo por passageiro da história (redução de 24%) e o melhor nível de serviço ofertado (diminuição de 39% no índice de transferência de passageiros). Os resultados alcançados foram expressivos: diminuição significativa nos custos operacionais; aumento em 32% das viagens aéreas na base operacional mais econômica; e redução de 22% no custo logístico do transporte aéreo offshore da empresa.

O fluxograma a seguir demonstra o encadeamento do desenvolvimento do trabalho:

Fonte: Heringer (2020)

Filipe Heringer é gerente de Projetos Submarinos da Petrobras; Rafael Martinelli é professor do Departamento de Engenharia Industrial do CTC/PUC-Rio

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