Opinião

Um tesouro bem explorado

Em 68 anos de história, a Petrobras produziu 23 bilhões de barris de óleo equivalente e, nos próximos 10 anos, produzirá mais de 10 bilhões

Por Mario Carminatti

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Essa transformação se inicia em uma etapa da Exploração, onde profissionais altamente capacitados buscam petróleo em fronteiras ainda inexploradas da costa brasileira, a mais de 7 mil metros de profundidade. Para isso, realizam uma série de análises e estudos, empregando todo o conhecimento acumulado e refinado ao longo de décadas, além das mais modernas tecnologias de aquisição de dados, como sensores posicionados no fundo oceânico que coletam informações de subsuperfície, fundamentais para a exploração e produção dos campos de petróleo.

Foi assim que a Petrobras descobriu no Brasil a maior reserva petrolífera de águas profundas e ultraprofundas do mundo e se consolidou como líder mundial neste segmento. A descoberta dos campos petrolíferos gigantes nas bacias de Campos e de Santos desencadeou uma forte onda de desenvolvimento tecnológico, necessário para tornar nossos ativos de produção mais seguros, com menor emissão de gases de efeito estufa por barril produzido, rentáveis e viáveis diante das incertezas de cenários futuros de preço e mercado.

Na indústria de óleo e gás, a Petrobras está na vanguarda do conhecimento e da tecnologia e continua inovando. Temos um programa estratégico na Exploração, EXP100, voltado para o uso de inteligência de dados visando mitigação de riscos e aumento do sucesso exploratório, formando o ambiente ideal para fomentar a busca constante dos limites do conhecimento técnico e tecnológico, para elevar nossas conquistas e resultados a novos patamares de excelência.

Dezenas de soluções tecnológicas com grande potencial transformador são continuamente desenvolvidas e aplicadas. Por exemplo, usamos computação de alto desempenho, algoritmos complexos de última geração, ciência de dados e aprendizado de máquina para avançar em temas críticos, como a melhoria da definição das imagens de subsuperfície, o mapeamento automático destas imagens e a busca automática de dados geológicos por similaridade. Desde 2019, nossa capacidade de computação foi ampliada em 1.300% e, nos próximos 5 anos, será duplicada.

Sabemos que a indústria de energia está se aproximando de uma quebra de paradigma, com a demanda crescente por diversificação das suas fontes. Nesse cenário, vislumbramos o desenvolvimento de uma nova geração de projetos de exploração e produção, concebidos de forma otimizada desde sua origem na fase exploratória, e que serão mais céleres, rentáveis e cada vez mais alinhados às demandas ambientais, sociais e de governança.

Para acelerar o processo de transformação dos recursos que estão no fundo do mar em riquezas, investiremos US$ 5,5 bilhões em atividades exploratórias até 2026. Nas bacias do Sudeste, que ainda apresentam considerável potencial não explorado, serão aplicados US$ 3 bilhões. Para a Margem Equatorial brasileira, área que abrange bacias sedimentares em águas profundas e ultraprofundas nas regiões Norte e Nordeste, onde acreditamos residir uma nova grande fronteira petrolífera, serão destinados US$ 2 bilhões.

Com avanços tecnológicos e investindo nas escolhas certas, acreditamos que a nova geração de projetos de Exploração e Produção de óleo e gás terá papel fundamental na geração de riquezas para o Brasil. O potencial desses recursos, na forma de tributos, dividendos ou movimentação das economias locais, vai impulsionar uma ascensão no perfil econômico e social do país.

Mario Carminatti é gerente executivo de Exploração da Petrobras.

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